Juiz nega soltar trio acusado de dar golpe em desembargadora
O juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), negou revogar a prisão dos acusados de dar um golpe de R$ 45 mil na desembargadora Maria Helena Póvoas, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por meio do Whatsapp.
A decisão foi publicada nesta sexta-feira (24).
Os acusados Jônathan Kenid Marques Aprigio, Kálita Karine Souza Pereira e Lucas Wincler da Trindade Lima foram presos em flagrante no dia 8 de maio, após a magistrada registrar um boletim de ocorrência sobre o crime.
Eles passaram por audiência de custódia no mesmo dia e tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva, para garantia da instrução do processo e da ordem pública.
Na decisão, o magistrado citou que a defesa não trouxe nenhuma nova informação que pudesse modificar o entendimento da audiência de custódia.
“Por tais razões, somente pode ser revogada a prisão, caso sobrevenham novos fatos que autorizem a liberdade ou que não haja mais motivos para a manutenção cautelar. Neste sentido, reluz o artigo 316, caput, do Código de Processo Penal”, escreveu.
O juiz citou ainda que além do golpe na desembargadora, os acusados também teriam feitos outras vítimas na Capital, subtraindo um total de R$ 68,5 mil.
“Dessa forma, em análise ao presente caso, tenho que os pressupostos e fundamentos que ensejaram a prisão preventiva dos investigados, encontram-se presentes. Logo, a segregação cautelar ainda se faz necessária, ante a existência da materialidade do crime imputado/prova da materialidade e veementes indícios de autoria delitiva”, afirmou.
O golpe
Os criminosos clonaram o WhatsApp do filho da magistrada e obtiveram informações privilegiadas de que ele estava comprando um veículo.
Em seguida, os bandidos criaram um perfil falso com a foto do filho e passaram a mandar mensagens para ela, solicitando um Pix no valor de R$ 12 mil para realizar a compra do veículo.
Os criminosos informaram uma chave Pix e disseram que seria do gerente da concessionária.
Posteriormente, eles pediram mais dois valores, no total de R$ 11 mil.
No dia seguinte, conforme o B.O., os criminosos - ainda se passando pelo filho da magistrada - enviaram uma foto do comprovante de um suposto TED no valor de R$ 45 mil que teriam feito para a conta dela.
Depois, encaminharam uma mensagem dizendo que o valor seria para lhe pagar os R$ 23 mil que ela enviara do dia anterior. E o restante que sobrou, no valor de R$ 22 mil, solicitaram que ela encaminhasse para uma nova chave Pix.
Após encaminhar mais um Pix, a desembargadora entrou em contato com o filho e só então descobriu que se tratava de um golpe.









